sábado, 4 de agosto de 2012

FESTIVAL ESCOLA DE FUNK EM ACARI

ESCOLA DE FUNK

Após algum tempo sem postagens, resolvi postar algo totalmente ligado ao tema do blog.
Trata-se de um projeto idealizado e desenvolvido em uma escola aqui do Rio no ano passado.
 E como não demorei a retornar para o trabalho com escolas, dessa vez através do Projeto Bairro Educador, o funk entrou novamente nos ambientes de aprendizagens para quebrar preconceitos, auxiliar na alfabetização e letramento da "galerinha", falar de história, de matemática, cidadania, saúde, meio ambiente valorizando a cultura local e o conhecimento do aluno( esse que tantas e tantas vezes foi desvalorizado, descartado no ambiente escolar).


Festival Escola de Funk agita CIEP em Acari

Nos meses de março, abril e maio de 2012, o CIEP Antônio Candeia Filho trabalhou a proposta do Gestor de Projetos do Bairro Educador Acari, Carlos Carvalho, “Escola de Funk”. O projeto teve dois encontros de capacitação com os professores do PEJA (Programa de Educação para Jovens e Adultos) e do Ensino Fundamental. Foram realizadas mais de oito oficinas de rimas e ritmo para os alunos da unidade, trabalhando temáticas como higiene, cidadania, família, paz e a própria história do gênero musical.

Alunos do 3º ano participando da oficina de Rima ministrada por Carlos Carvalho.

Os professores preparados, após a “Capacitação Escola de Funk” (ver matéria do dia 30 de abril), começaram a orientar seus alunos para a confecção de letras e paródias. A proposta consiste em trabalhar a alfabetização e letramento diante da realidade do aluno. E, em Acari, a cultura local não é diferente de outras comunidades cariocas, o funk é o som que mais se ouve na comunidade, está internalizado nos alunos. Eles ficaram mais participativos nas atividades e se sentiram envolvidos na proposta.

Grupo de professores do PEJA participando da Oficina de Rima na capacitação no CIEP Candeia.

Vale ressaltar o trabalho do projeto que esteve diretamente ligado ao Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e aos temas transversais: ética, meio ambiente, saúde, pluralidade cultural, orientação sexual e temas locais. Assim, o projeto “Escola de Funk” teve um bom embasamento e fez o gênero entrar na unidade escolar funcionando como mais uma ferramenta para os docentes. O envolvimento e o interesse da escola em desenvolver as atividades, característica que garantiu à proposta de letramento e música ótimos resultados.

Concurso de dança do funk com alunos da EI e 1º ano. Com animação e aprendizagem, o funk invadiu o CIEP Candeia de uma forma diferente!

Durante aproximadamente dois meses e meio, as oficinas foram trabalhadas. Os alunos se prepararam para as apresentações, e no dia 23 de maio, o pátio da escola ficou lotado. Estavam presentes responsáveis, alunos, professores, equipe de direção e funcionários de apoio. Geral ao som do batidão! Cada turma apresentou uma temática diferente. Alunos da professora Walfrides Conceição, 3º ano, falaram de Paz, os alunos do 5º ano homenagearam as mães com uma paródia da música “Poderosa” do MC Marcinho e as turmas de 2º ano falaram de família e de felicidade. A roda para o desafio do passinho também não poderia faltar. 


“Batalha” de dança dos alunos do 5º ano.

"O projeto Bairro Educador apresentou uma característica muito interessante para o trabalho com nossos alunos, a musicalidade e ritmo que é uma linguagem universal para estabelecer relações. Tanto de convivência como de civilidade. (...)Achei um ganho para os alunos onde puderam participar ativamente de um gosto musical que adoram porém de uma forma rica em sua abordagem mostrando valores entre outros. Finalmente, parabéns para o Gestor de Projetos Carlos que se mostrou muito capaz na realização de seu trabalho.”- disse a professora Walfrides Conceição.

A equipe do Bairro Educador parabeniza a direção, professores e alunos do CIEP Antônio Candeia Filho que não só aceitaram a proposta como trabalharam juntos para dar vida a uma ideia “assustadora” para alguns, quebrando barreiras, preconceitos, acreditando e ajudando o funk no reconhecimento e importância que o gênero músical tem e como foi tratado por eles.
Por Carlos Carvalho