domingo, 4 de dezembro de 2016

Bairro COLÉGIO – Dados Históricos

De acordo com meus estudos na biblioteca do bairro de Irajá, entrevista com alguns moradores antigos, conversas com os mais velhos frequentadores do Colégio Futebol Clube e conversa com responsáveis da paróquia do padroeiro do bairro (onde consegui acessar arquivos de um antigo jornal do bairro) pude fazer esse texto em 2004 sobre a história do bairro onde cresci.

Colégio (que tem fundação datada do ano de 1981) faz parte da região Irajá junto com mais sete bairros. E, essa região com seus atuais oito bairros teve origem na mais extensa das Sesmarias(terras) doadas pela coroa portuguesa aos primeiros colonizadores.

Em 1568, as terras, mais tarde transformadas em fazendas, foram doadas a Antônio de França que ali fundou o Engenho de Nossa Senhora da Ajuda. Marco histórico inicial de todos os bairros da região e também do subúrbio carioca.

Com a implantação das linhas das estradas de ferros de Northern em 1886 e Rio D’ouro, na época da proclamação da república, os núcleos sub-urbanos ganham população e formam-se pontos de comércio nas proximidades das igrejas mais importantes.

 A Estrada de Ferro Rio D’ouro foi criada em 1822 para transportar  trabalhadores e materiais para a primeira grande obra de abastecimento de água encanada do Brasil. E, o grande número de trabalhadores empregados na obra acabaram ocupando as proximidades das paradas de trens. Os loteamentos criados pela fragmentação das chácaras e fazendas fizeram surgir, ao longo das linhas, localidades conhecidas atualmente como o bairro de Colégio, entre outros. Essa Estrada tinha uma parada de trem perto de um Colégio. Ela começava em Xerém e terminava na Francisco Chá(atual Leopoldina). Algum tempo depois passou a transportar passageiros até 1948 quando foi desativada.

A origem do nome do bairro surge devido ao Colégio (casa de um professor que dava aula particulares)que existia próximo a parada de trem. E, o nome de algumas ruas são de tribos indígenas que ocupavam a localidade. Dentre elas: Caiuá, Toriba, Jurucê, Jacê...

O Colégio Futebol Clube foi fundado em 1917 e é a história viva do bairro. Pelos seus gramados passaram muitos dos nossos pais, avós e tios que encontravam no clube a opção de lazer do bairro.

A Estação do Metrô Colégio inaugurada no dia 28 de setembro de 1998 trouxe agilidade para o deslocamento dos moradores de Colégio e de bairros vizinhos tanto para o lazer quanto para trabalho e estudo.

domingo, 13 de novembro de 2016

BREVÍSSIMA REFLEXÃO DE CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E EDUCAÇÃO


2015 –CARLOS CARVALHO

A “CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA” FOI RETROGRADA E IMATURA
 AO CONSIDERAR CRIANÇA COMO ADULTO EM MINIATURA

E A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MUNDIAL  
PENSOU A EDUCAÇÃO COMO ASSISTÊNCIA SOCIAL

MAS, APÓS ROUSSEAU VEIO UMA NOVA ESPERANÇA   
PSICOLOGIA ENFATIZOU O QUE É  CRIANÇA

DO GREGO: PAIDOS = CRIANÇA, NASCE  PEDAGOGIA
CIÊNCIA CADA VEZ MAIS AMPLA PRA MUDAR A VISÃO DE “TIA”

AINDA ATUALMENTE ESCOLAS DEVEM LUTAR
PARA COM O OLHAR DE ASSISTENCIALISMO ACABAR

VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO É CONSTRUÍDA 
A PARTIR DO MOMENTO QUE SE IDENTIFICA AS FASES DA VIDA

OS QUATRO ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DE PYAGET
REFLETEM INTELIGÊNCIA, AFETIVIDADE E CONSCIÊNCIA DO SER

SENÓRIO MOTOR (percepções sensoriais, motoras), PRÉ OPERACIONAL (linguagem oral),
OPERATÓRIO CONCRETO (pensamento lógico, reversível) E OPERATÓRIO FORMAL (pensar real e ideal).

É DEVER DA FAMÍLIA, DA COMUNIDADE E DO ESTADO: 
ASSEGURAR À CRIANÇA UM MUNDO MENOS COMPLICADO

ARTIGO QUATRO DO E.C.A DIZ NÃO AO MAL
 QUANDO REFORÇA QUE É DEVER DA SOCIEDADE EM GERAL:

DIREITO À VIDA, SAÚDE, ESPORTE, ALIMENTAÇÃO,   LAZER, CULTURA, LIBERDADE E EDUCAÇÃO

DESDE QUANDO NASCEM ATÉ OS DOZE ANOS
 NÓS DEVEMOS PENSAR QUE É DE CRIANÇAS ESTAMOS FALANDO

O FUNDADOR DOS JARDINS DE INFÂNCIA? ADIVINHA?       
PERCEBIA A CRIANÇA COMO UMA SEMENTINHA

FROEBEL UM DOS PRIMEIROS A PENSAR NOS MAIS NOVOS
TÉCNICAS ATUAIS SÃO DELE BRINQUEDOS, BRINCADEIRA E JOGOS




Referências:
 Concepção de Infância , <portaldaeducacao.com.br>, Acesso em 6/11/2015, às 10h.

Chanel, Émile. Grandes Temas da Pedagogia; Ed Livraria Francisco Alves Editora, Rio de Janeiro, 1977.

Presidência da República, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

Aranha, Maria Lúcia Arruda – História da educação e da pedagogia geral e do Brasil – 3ª Ed. – São Paulo – Moderna. 2006.

Friedrich Froebel, o formador das crianças pequenas-<http://revistaescola.abril.com.br/>Acesso em 6/11/2015, às 10h e 30min.


20 DE NOVEMBRO NÃO É MODA É RESISTÊNCIA

Consciência amig@s!!!     Consciência negra!!!      

Hoje é um dia pra termos consciência. Rememorarmos nossas dores, nossos amores nossos sabores...

Tudo tem história e na nossa tem sentimento.
Tem feitor, tem chibata, tem sangue, tem sofrimento. Lamento...


Mas, aí! Atent@s!!!

A culinária, a música, a dança, a crença, a roupa, o cabelo, a luta, a paciência, a filosofia, a ciência...
Nada disso é moda, tudo e resistência !

Dia 20 de novembro é todo dia!

Eu disse: 
-Dia 20 de novembro DEVE SER TODO DIA!

Dias em que a consciência de quem herdou o chicote deve parar de achar que pode
 se sobrepor, de querer se impor à consciência de quem herdou a dor.

Tudo que vamos vendo e vivendo atualmente é ganho de luta dos antepassados que queriam um futuro melhor pra gente.

Eu, tu, ele, nós...
...nós não temos que ser doutores para sermos tratados como gente!
A moça que leva o lixo é gente, o carteiro é gente, o dono do bar é gente assim como o seu servente.

Alguns querem ver tronco novamente e empurram a responsabilidade da crueldade sobre a gente pra gente!!!
Eu fui escravizado, sou marginalizado, esteriotipado,  e ainda me dizem que eu me faço de coitado?!

Consciência amig@s! Consciência Irmãs e irmãos negr@s!
A falsa democracia racial prega união. E o racismo institucional prega o desespero!

A luta é grande! Não acreditam em nós. Ainda nos chamam de desalmados, não querem ouvir nossa voz???

Cabelo liso é o padrão e o crespo é esculhambação, visto como sem solução. Né não???
Cabelo ruim não, sim cabelo crespo. Ruim é o teu racismo, teu preconceito.

Black sim, soul, com muito orgulho. Não nego minhas raízes e não quero só fazer barulho.

Quero fazer você, pensar, refletir...
Quero que você tenha orgulho pra se assumir!

Não é só no dia 20 tu colocar um turbante.
Devemos ter orgulho negro a todo dia, todo instante!

E dizem que eu vejo racismo em tudo.  Conversa fiada!
 Feitores não querem largar o chicote e não querem ver racismo em nada.

E não diga que dever ser o dia da consciência humana.
Pois, isso só vai mostrar a tua essência desumana.
Pois vai estar novamente anulando minha existência.
Então, faça um favor! Se não o amor, ao menos a decência de reconhecer que fui desconsiderado pela ciência.
Queira entender que cedo eu perdi minha inocência.

Aos 10 anos de idade um negro escravizado era vendido.
Muitas vezes a mãe preta preferia que seu filho não tivesse nascido.

E hoje a molecada precisa trampar mais cedo?
Menores nos sinais e  é o silêncio que me dá mais medo!

Irmãs e irmãos pret@s e pard@s desta cidade:

Por que somos a maioria nos presídios e minoria na universidade?

Porque está racista sociedade não aprende a dividir e  assume que nos quer só para servir?!

O doutor que é contra a cota racial não quer ver estudar na sala do filho dele o filho de quem pra ele usa avental.
Então vamos parar com essa caozada de igualdade.

Pois, não acontecerá se não tivermos equidade.

A culinária, a música, a dança, a crença, a roupa, o cabelo, a luta, a paciência, afilosofia, a ciência...
Nada disso é moda , tudo e resistência !!!




quarta-feira, 6 de julho de 2016

Vivências do “ Música & Letramento” (M&L) em Vicente de Carvalho -2012/2013.

O proposto aqui é vocês(profissionais da educação) conhecerem um pouco das ações(oficinas e projetos) do Música & Letramento. A partir daí, vejam qual dessas ações podem dialogar com suas comunidades escolares e entrem em contato com   carloscarvalhomusica@gmail.com para viabilizarmos o M&L nas suas escolas. 

Em maio de 2012, o  “Música & Letramento” leva oficinas de música para alunos de terceiro ano da E.M. Sergipe dentro do projeto Cantando e Sambando Eu Aprendo a Viver!



O link abaixo retrata a experiência do “Escola de Funk”(projeto integrante do M&L) na E.M. Bolívia. Coordenação, direção, apoios, educandos, docentes. Toda escola envolvida no processo. Clica ai !!!


Seguindo com as vivências, vamos conferir o “Música & Letramento” no seu início de trabalho junto do grupo de estudantes do quinto ano da Escola Municipal Sergipe, em março de 2013.



Falando de geografia de uma forma bem mais ampla,a oficina Meu Bairro - a atividade do próximo link - valoriza a cultura local e o conhecimento prévio dos estudantes. E também relata sobre a oficina O Som do Amor. 




Curtiu?

Mande seu e-mail para:

carloscarvalhomusica@gmail.com

Cursos, oficinas, troca de experiências com estudantes e todos os profissionais de educação.







domingo, 15 de maio de 2016

Bate-papo com Edgard do Agogô


O Mestre Edgard do Agogô em seu espaço de criação.

Na manhã do dia 4 de maio estive trocando umas ideias,  falando de uma boa parte da historia do samba e da zona norte do Rio  com  Edgard do Agogô.       Diante de uma conversa  bem  descontraída com  um  camarada simples  que passou sua juventude em Irajá -  terra de  muitos outros sambista,  além de  ser o  local onde  eu    iniciei  meus estudos com instrumentos e comecei a tocar meu violão e banjo nas rodas de samba da quadra do Bohêmios de Irajá (bloco esse que Edgard também frequentou durante sua juventude).

Nascido em 1943, no Bairro de Colégio, Edgard Telles Filho, um dos fundadores do G.R.E.S Tradição, é, ao meu ver, uma figura que preserva em si tamanha importância no samba que por vezes parece não saber bem a magnitude disso diante de tanta humildade demostrada.

 Edgard relata que “(...)eu não sou criador do agogô. O agogô de 2 bocas é um instrumento afro. Eu só fiz aumentar a quantidade de sons, criei o agogô de 4 bocas, mas é a mesma coisa na hora de tocar”.

  Ele conta que chegou no G.R.E.S. Império Serrano e tocava surdo de corte com 16, 17 anos. Porém, ficava fascinado com o som agudo do agogô. Assim, como ele mesmo diz que “as coisas boas acontecem naturalmente” o agogô de 4 bocas surgia através de suas mãos.  Tal que pouco tempo depois mudaria o rumo das baterias de escolas de samba do país. Numa cronologia do samba, em 1963 se ouviam os primeiros toques do agogô de quatro bocas na Império Serrano. Em 1972 Edgard leva uma ala de agogô para a Portela e em outubro de 1984 participa da fundação do G.R.E.S. Tradição.

Naquela época íamos caminhando por esses bairros, Irajá, Vaz Lobo, Madureira, para escolas de samba e blocos da região brincar o carnaval, não tinha nem luz nas transversais da rua principal, não tinha transporte, com um surdo e um agogô você brincava a noite toda.- Lembra ele.

A bigorna onde o instrumento é afinado.

“Cada um desse que eu faço, eu estou fazendo como se fosse pra mim.” Enfatiza Edgard quanto o assunto é à busca por melhorar cada vez mais seus instrumentos, seu trabalho de artesão. Pois, ele afirma que a afinação, está na cabeça dele. Com martelinho e bigorna vai moldando até chegar na afinação pretendida, nas distâncias entre as quatro notas do instrumento.

Edgard tocando um dos desenhos do agogô.

 Já em relação a criação dos desenhos (como alguns arranjos do instrumento são chamados e tocados), ele comenta que são misturas de coisas, músicas que se ouviam nos programas de rádio da época e que ele adaptou para o instrumento trechos de umas e outras para compor arranjos que são tocados até hoje na “Sinfônica do Samba” – como é conhecida a bateria do Império Serrano.

Pra galera que curte o agogô de quatro bocas eu penso ser bom trocar uma ideia com o idealizador do instrumento e de seus toques, Edgard do Agogô. Eu não consigo mesmo dizer se tenho um instrumento favorito. Mas, acho que já deixei transparecer aí uma grande admiração pelo criador e sua criatura.


Carlos Carvalho – Música & Letramento