quinta-feira, 30 de agosto de 2018

JOÃO CÂNDIDO - Em versos por Carlos Carvalho


Olá galera! 

Deixo aqui o texto de minha autoria sobre João Cândido. O texto está junto com mais 26 textos no livro M&L Literatura Afro-brasileira.

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#musicaeletramento



João assim como Zumbi
Não morreu em vão
Deixou a resistência como ordem, munição

Deixou em nós a consciência de libertação
Deixou sede de luta contra toda opressão

Consciência negra !!!
(para que o povo preto não esqueça)
Não podemos esquecer, esquecer jamais
É mais que memória é vida dos ancestrais

Do rio Grande do Sul para  Rio de Janeiro
Se tornaria um grande marinheiro

15 anos de labuta, trampo, ralação
Aprendendo e ensinando aos marinheiros
Viaja, conhece e passar informação
Ele trabalhou formando brasileiros

Mas, parece que nessas viagens havia feitores
Chapa estava quente, grande tensão
Formas de castigos dos superiores
Com chibatadas no pós escravização

Está formada revolta em alto-mar
Papo reto dado, sendo negociado
Na intenção do castigo acabar
João na liderança, tava sendo visado

90% negros não aguentando os maus tratos
Mais de dois mil homens não mais comandados

1910 começa negociação
- Não quero chibata nem má alimentação !

Por quatro dias, mais de um canhão naval
Apontava para a capital federal
(legal?)

Cândido na pressão quase se entregou
Mas de nada adiantou, chapa esquentÔ!

E a anistia que o governo prometia?
Marinheiros expulsos, presos, assassinados...
Não passou de história da carochinha
Por repressão do Estado fortemente armado

Coincidência com conflitos históricos sociais?
Coincidência com  lutas antirracistas atuais ?

E o João?
 Expulso da marinha e preso!
Saiu de cena sem o povo aplaudir

“Salve o Navegante negro”!
Passou o fim da em São João de Meriti







segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Projeto Música & Letramento Show




Projeto Música & Letramento Show
Apresentação- Release

O Música & Letramento SHOW nasce entre 2013/2014  a partir de um projeto de valorização da cultura local em ambientes de aprendizagens. Consiste em uma grande aula. Trata-se de uma atividade que mistura as habilidades artísticas do músico, pedagogo, compositor, escritor, contador de histórias e arte/educador, professor e idealizador do projeto Carlos Carvalho com a participação direta do público que é convidado a tocar instrumentos musicais e cantar as músicas, canções compostas para o espetáculo que tem como ideia geral o trabalho educativo para além da aprendizagem formal, resgatando a história e representatividade e a luta antirracista de  afrodiaspóricos.

Justificativa

A cultura local, cultura de massa, vivência de periferias, realidade de crianças e jovens de comunidades no Rio de Janeiro e de várias outras cidades do Brasil não é vista como potencial educacional em diversos ambientes escolares e em muitos espetáculos criados para dialogar com o público infantil e infantojuvenil. Diante disso, o Música & Letramento afirma, assim como vários teóricos educacionais já afirmaram antes que a aprendizagem passa a ser significativa, ter mais valor para a pessoa quando o ponto de partida é a vivência da mesma. Sendo assim a atividade traz em vários momentos uma espécie de espelho e é justificada diante da relação na qual o sujeito participante possa se ver nesse espelho, dialogando com ele.

Por fim, com o Música & Letramento Show   pretende-se  o respeito, o destaque  da cultura negra, afrodiaspórica, que é completamente criminalizada, a reflexão e ação dos sujeitos inseridos nessa cultura.

Objetivo geral

Reconhecimento, destaque e representatividade da cultura negra, afrodiaspórica através da música, da contação de história e da  cultura local como meios de comunicação, didática e conteúdo de aprendizagens. 

Objetivos específicos

·         Diferenciar instrumentos de percussão, corda e sopro;
·         Bater palmas em tempos musicais;
·         Tocar instrumentos de percussão;
·         Conhecer a história de variados instrumentos afros;
·         Distinguir ritmos como samba, maculelê, rap e funk;
·         Exemplificar sobre música e instrumentos musicais afros;
·         Executar movimentos com o corpo de acordo com o ritmo das atividades;
·         Detectar a importância da origem africana e indígena nos dias atuais;
·         Interpretar os textos apresentados por contação de história e músicas;
·         Conversar sobre racismo e representatividade negra na literatura;
·         Refletir sobre a importância das letras, leitura e da escrita no processo de emancipação do sujeito;
·         Dançar diferentes gêneros musicais;
·         Comparar as diversas fontes sonoras;
·         Identificar formas geométricas planas e espaciais;
·         Compreender a diferente e abrangente forma de família na cultura africana;
·         Perceber a valorização da natureza, da terra, do meio ambiente na cultura africana;
·         Descrever sobre os instrumentos musicais e suas histórias.


Cunho pedagógico

A atividade surge, emerge das aulas criativas do projeto Música & Letramento dentro dos ambientes de aprendizagens tais como “Escola de Funk”, “Matemágica”, “Matemúsica”, entre outras. Dialogando com a lei 10.639/03 que foi revisada pelo texto da lei 11.645/08 atualizando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação  - LDB 9394/96  Por isso, de acordo com as letras de textos musicalizados que são trabalhados na atividade os participantes serão estimulados a pensar, refletir e agir de acordo com temas de fundamental importância como Meio Ambiente e a valorização da terra para os povos africanos; Família e o seu conceito abrangente onde primos são reconhecidos como irmãos e tios reconhecidos como pais, por exemplo. Tudo isso para enaltecer essa parte da nossa cultura e construção do nosso país que por séculos foi invisibilizada onde o negro africano ou afrodiaspórico foi constantemente desvalorizado e desumanizado diante da perspectiva histórica que foi contada pelo europeu escravizador na maioria das vezes.

                                            Repertório das atividades

A grande aula começa com uma saudação na linguagem do Rap nacional, continua com uma música sobre vogais e formas de conviver e aprender juntos. Segue com a apresentação dos músicos e do professor. Na sequência tem a brincadeira intitulada "Qual é o ritmo?"(onde os participantes são desafiados a perceber qual ritmo está sendo tocado na percussão). Depois disso, acontece a apresentação de instrumentos afro-brasileiros, ainda tem o pagode da higiene com uma explicação breve sobre a história do samba(onde o público é chamado para tocar instrumentos e dançar). A  apresentação e contação de história do livro Xavier (com pessoas do público atuando), textos cantados no ritmo d funk carioca (com um breve histórico do gênero) falando de saúde e meio ambiente, algumas brincadeiras de Matemágica e mais funk com o tema família no encerramento. 

Público alvo 

O projeto privilegia crianças dos 4 aos 12 anos em suas atividades. Mas, não deixa de trabalhar a imaginação e sensibilização da temática também com o público  adulto acompanhante e muito menos deixa de envolver as crianças menores de 4 anos. Logo, a programação é livre para todas as idades.

Participantes do projeto

O grupo atuante é formado por três músicos. São eles:

Carlos Carvalho – Foi  coordenador docente das oficinas de música do Galpão Para o Trabalho e Cidadania do Senac Rio. Atualmente é Músico, compositor, pedagogo, escritor, professor na rede Municipal em Belford Roxo – RJ, contador de histórias, pós-graduando em relações étnico-raciais na educação básica no Colégio Pedro II, é também  artista e educador, docente e coordenador, idealizador/criador no projeto  itinerante Música & Letramento desde 2010.

Davi  Salles – Foi participante da oficina Xilofone e Cordas(oficina de Música) do Galpão Para o Trabalho e Cidadania do Senac Rio em Irajá, é violonista e tecladista, professor de música na comunidade do Acari, músico arranjador em trabalhos de gravações de cantores de músicas religiosas, atuante em casas de show do Centro e Zona Norte do Rio de Janeiro e músico no projeto Música e Letramento Show.

Ricardo Karvalho – Formado nas oficinas de percussão do Galpão Para o Trabalho e Cidadania do Senac Rio em Irajá, virou auxiliar do docente Carlos Carvalho na mesma oficina de percussão. Foi professor de percussão também em projetos nas comunidades do Para Pedro e na G.R.E.S Corações Unidos do Amarelinho de Irajá. Atua como percussionista e vocalista em diversas rodas de samba pelo estado do RJ e é músico no Projeto Música & Letramento Show.

Informações sobre o grupo

O Projeto Música e Letramento surgiu nas salas de aulas do Rio de Janeiro com o formato de apresentação/mediação do professor Carlos Carvalho nas atividades de música, jogos musicais, oficinas de ritmos e contação de história. Depois disso, em determinados lugares assumiu um formato mais amplo, a atividade do show com banda formada pelos dois músicos, aparece quando o idealizador Carlos Carvalho percebe o potencial de suas aulas e convida os amigos e ex-alunos Ricardo Karvalho e Davi Salles em 2015/2016 para participarem, compondo o grupo show para atender melhor a demanda dos múltiplos espaços de aprendizagens formais e não formais. É nesse momento que o show saí dos espaços escolares públicos e chega em  escolas particulares e aparelhos culturais da cidade como a Arena Jovelina Perola Negra na Pavuna, por exemplo, em outubro de 2017 e abril de 2018 e o Colégio Educandário Modelo em Morro Agudo – Nova Iguaçu, 2017.

Porém, antes disso, é importante destacar que o idealizador Carlos Carvalho já havia caminhado bastante com o projeto tanto no formato show quanto no formato de palestra para estudantes e profissionais da educação numa perspectiva de consolidar e melhorar as atividades como poderemos ver adiante em apresentações já realizadas.


Algumas apresentações já realizadas

O  Projeto Música e Letramento saiu da sala de aula para virar um show em 2015. A primeira apresentação fora de sala de aula para um grupo grande de estudantes foi no dia 20 de março do ano já citado em uma escola municipal de Belford Roxo.

A partir daí não parou mais. Carlos Carvalho foi convidado nesse mesmo ano para fazer uma palestra sobre o projeto no Seminário Municipal de Educação da Cidade de Belford Roxo.  As grandes aulas do  Música & Letramento foram se consolidando  e começaram a sair de Belford Roxo para escolas  de outras cidades próximas . Dentre elas Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, Mesquita, Duque de Caxias, até chegar na Feira Literária de Resende em junho de 2018.

Destacamos aqui algumas apresentações:

E. M. Deputado Oswaldo Lima – Belford Roxo - abril -  2015
E. M. Deputado Oswaldo Lima – Belford Roxo – março - 2015
E. M. Deputado Oswaldo Lima – Belford Roxo – outubro - 2015
Seminário Municipal de Educação – Belford Roxo – outubro – 2015
E.M. Deputado Oswaldo Lima – Belford Roxo - Novembro - 2016
E.M. Mendes Vianna – Rio de Janeiro – Novembro - 2016
E.M. Francisco Frias da Mesquita – Rio de Janeiro – março  2017
Livraria Gramma – Centro do Rio – abril – 2017
Circo Voador – Lapa – RJ – maio – 2017
Curso ação – Nova Iguaçu – junho - 2017
FLISamba – Rio de Janeiro – Julho – 2017
E.M. Anna Maria dos Santos Perobelli – Queimados – agosto – 2017
Biblioteca Municipal João do Rio – Irajá – agosto - 2017
Polo CEDERJ – Belford Roxo – Agosto - 2017
Encontro de Pedagogia da UERJ – agosto – 2017
Colégio Educandário Modelo – Nova Iguaçu – novembro 2017.
Bienal do Livro do Rio – Rio Centro – setembro – 2017
Unisuam Bonsucesso – Rio de Janeiro - outubro 2017
Arena Jovelina Pérola Negra – Rio de Janeiro – outubro -2017
Casa França Brasil – Rio de Janeiro – outubro – 2017
FLIB -Feira Literária da Baixada - Queimados - novembro -2017
CIEP 380 – Belford Roxo – novembro – 2017
E.M. Bolívia – Rio de Janeiro – novembro - 2017
E.M Vereador Américo dos Santos – Mesquita – novembro – 2017
EDI Professora Gracilia Rosa de Belém – Rio de Janeiro – novembro -2017
Secretaria Municipal de Educação  - Mesquita – dezembro – 2017
FLIN - Festa da Literatura Negra - Duque de Caxias - março - 2018
Salão Internacional do Livro - Centro do Rio - março/abril - 2018
Instituto Irajá - Rio de Janeiro - abril - 2018
CIEP 380 - Belford Roxo - Abril - 2018
E.M. Monteiro Lobato - Queimados - maio - 2018
ONG Gol de Letra - Cajú - Rio de Janeiro - maio -2018
Universidade Castelo Branco - Realengo - maio - 2018
EDI Ana de Barros - Coelho Neto - 2018
FLIR Resende - RJ - junho -2018
Creche Municipal Iracema Garcia - Queimados -  julho - 2018
E.M. Ministro Afrânio Costa - Penha - julho- 2018
Casa de Cultura de Nova Iguaçu - RJ - julho -2018
E.M. Alan Kardec - Queimados - julho - 2018
Colégio Pedro II - Centro do Rio - agosto - 2018
E.M. Doutor Cristovam Berbereia - São João de Meriti - agosto - 2018
Polo CEDERJ Belford Roxo - agosto - 2018
Feira literária Colégio Gauzinho - Penha - agosto - 2018
Academia de Letras e Artes de São João de Meriti - agosto - 2018
E.M. Paula Fonseca - Coelho Neto - setembro - 2018
FLIPA - Nova Iguaçu - setembro -  2018
Curso Ação Nova Iguaçu - setembro - 2018
E.M. Eugenia Dutra - Pavuna - outubro - 2018
E.M. Apolonio de Carvalho - Vila do Céu - outubro - 2018
E.M. Mozart Lago - Oswaldo Cruz - outubro - 2018
Uniabeu :Africanidade - Belford Roxo - outubro - 2018
Lançamento do Livro M&L em Irajá - novembro - 2018
Arena Dicró - bate papo com o autor - Penha - novembro - 2018
FLUP - Biblioteca Parque Estadual - Rio - novembro - 2018
FLIPA - Paracambi - novembro - 2018
FLIPA - Paquetá - novembro - 2018
FLIDAM - São João de Meriti - novembro - 2018
FENIG - EM Três Marias - dezembro- Nova Iguaçu - 2018
FLISAMBA - Andaraí - dezembro - 2018
E.M. Metodista - Encontro da UERJ - Queimados - dezembro -2018
Curso Ação Campo Grande - Z.O Rio - dezembro - 2018
Seminário Aláfia - Centro do Rio - dezembro - 2018
Colégio Pedro II - São Cristovão - dezembro - 2018
Instituto Irajá - - fevereiro - 2019
Escola Aquarela - Paracambi - fevereiro - 2019
Kerere - Lapa - março - 2019
CRAS Marambaia - Nova Iguaçu - 2019




Dentre várias outras apresentações já no ano de 2018/2019 como a Arena Jovelina Perola Negra e escolas públicas das cidades da Baixada Fluminense.

 Vale aqui salientar que desde 2011  o  professor Carlos Carvalho  já havia passado por mais de 15  escolas da Cidade do Rio de Janeiro com o projeto Música & Letramento em salas de aulas e eventos das unidades pelos bairros de Acari(3) , Coelho Neto(2), Parque Columbia(1), Pavuna(3), Anchieta(1), Bangu(1), Vila Cruzeiro(1), Morro do Juramento(2), Mangueira(1) e Irajá(2) como podemos conferir no link a seguir:

No link a seguir pode ser conferido algumas apresentações:

Também é possível entrar em contato pelas redes sociais através de:

carloscarvalhopmp/facebook.com


Clipping

Divulgação do mês de abril da Arena Jovelina :

Contatos:

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O Afro-brasileiro na Educação Básica - Palestra M&L


Dia 31/07, troquei uma ideia com os profissionais de Educação da E.M. Allan Kardec em Queimados. A coordenadora Cidinha me disse que fui indicado pela professora Amanda de uma outra escola onde fiz atividade com os estudantes.

O tema trabalhado foi "O Afro-brasileiro na Educação Básica" onde converso sobre a minha trajetória, meus caminhos de vida escolar e como nós profissionais da Educação precisamos resignificar termos e mudar o olhar para não criminalizar a cultura afro. É contar a história real mesmo!  Construída, formada no nosso dia-a-dia de prática docente e discente.

Nesse papo falamos sobre representatividade na literatura infantil, nos brinquedos, nas brincadeiras, no material didático, na programação infantil de TV. Em todos os lugares onde a invisibilidade de nós pessoas negras ao longo da história da educação nacional é reproduzida desde então. 

Não deixamos de conversar sobre cultura local e como a escola está recebendo ou não a cultura diaspórica africana  através do funk e do pagode principalmente.  

Trabalhamos nesse papo autores como Muniz Sodré, Nilma Lino Gomes, Maria Aparecida Bento e Nei Lopes para pensar a relação educação diante de uma perspectiva com recorte racial. 

Espero ter contribuído para um universo educacional onde a cultura local (99% das vezes cultura afro-brasileira) comece a ser considerada currículo escolar no fortalecimento da identidade dos nossos meninos e meninas negras.