terça-feira, 22 de setembro de 2020

Escola e comunidade escolar - Pprt Educação 2




Nos dias de hoje pensar escola e comunidade escolar é importante pra caramba para aumentar os jeitos de evitar vacilação na prática docente, na vida de educador/a. Pois, sendo (ou devendo ser) a escola o lugar, o símbolo (semiótica) da educação formal, e  a comunidade escolar uma pequena amostra da sociedade,  estamos na verdade falando de educação e sociedade. Ser educador/educadora e não pensar/estudar/pesquisar/refletir e nem trazer para discentes o mínimo sobre essas ideias pode nos deixar cada vez mais distantes de atitudes educativas comprometidas com uma não excludente, não preconceituosa, decolonial.

Mas, pra continuar esse papo precisamos saber que a

escola é o lugar determinado do sistema social onde se reconstitui o movimento de produção do conhecimento, mas sempre como um efeito das relações de classe. A língua nacional ensinada na escola não escapa ao jogo das diferenças de classes, na forma de conflitos linguísticos (práticas contraditórias da linguagem), disfarçados pela suposta uniformidade do idioma pátrio. (SODRÉ. 2012: 25)

Bora pensar na ideia de escola aqui apresentada? Sodré tá colocando na nossa cara aí a escola como reprodutora das desigualdades sociais. Em outros termos, seria uma escola cheia das vacilações – isso se a gente pensar essa história de que desigualdade social é herança de uma invasão aí que teve por aqui tem uns 500 e poucos anos, mais ou menos. Vocês concordam com o professor Muniz Sodré? Caso sim, é essa escola que vocês “querem estar atuando” (seja como docente, tia/tio da cantina,  merendeiras e merendeiros, auxiliares de limpeza e serviços gerais, porteiro/a, discente, equipe de gestão,  secretariado, responsáveis de educandos)?

Bom, enquanto a gente pensa a definição de escola como reprodutora das desigualdades sociais já vamos avançando no desenrolo pra entender legal a comunidade escolar. Galera, comunidade escolar é noixxxx! Geral! Tipo, todos/as que foram citados/as entre parênteses no parágrafo anterior, se ligô? Vou copiar e colar aqui:

(...)docente, tia/tio da cantina, merendeiras e merendeiros, auxiliares de limpeza e serviços gerais, porteiro/a, discente, equipe de gestão,  secretariado, responsáveis de educandos (texto do final do parágrafo anterior, se ligô? Rs!)

Desenrolado aí o que é escola e comunidade escolar, bora seguir. Mas, não dá pra continuar sem relembrar o que é educação e já que a conversa é sobre escola também é preciso saber o que é ensino formal.

Sobre educação Brandão(2013) vai dizer que a é a forma usada pelo ser humano “para formar guerreiros ou burocratas”. E Paulo Freire  já vê  como um jeito de interferir no mundo que tanto pode manter a ideologia dominante quanto pode ser contra essa ideologia. Mas,  para nós? O que é educação? Pensemos e vamos seguindo. Já para ampliar um pouco mais basta dá uma chegada nesse link :

https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2020/01/pprt-educacao-pra-quem.htm

Adiantando aqui, quem acessou o link entendeu que o conceito, a ideia de educação (escolar) exposta por Brandão(2013) significa  a reprodução das aprendizagens sociais. Tipo assim: a educação tá no mundão e quando começa a pensar espaços próprios surge a escola e a pedagogia. E, se tem escola e pedagogia (ciência da educação), tem também ensino formal ou educação formal.

Maneiro, conceituamos escola, educação, pedagogia, ensino formal ...

Mas, na prática o que fazer com essas informações?

Bora lá gente! Vamô junto desenrolar agora o seguinte: Chegou a hora de tomarmos uma decisão. O que fazer com tudo isso na prática depende de que decisão a gente vai tomar. Num papo bem reto e breve, sem grandes “teorizações”, já deu pra se ligar a educação serve para “formar guerreiros ou burocratas” e/ou  para manter ou ir contra uma ideologia dominante ou a favor da mesma. Aí alguém pode meter um “E daí?” Rs!  Pode ! Pode sim! Mas, vamos mentalizar umas coisas! Quem é guerreiro na sociedade de hoje e quem é burocrata? O  que pode ser a ideologia dominante na sociedade de hoje? Pensemos educadorxs!!!

Depois de pensarmos bastante aqui, poderíamos, por exemplo, nos decidir por ter um compromisso com ações educativas comprometidas, não preconceituosa, decolonial...

Nesse pik!  Vou jogar uma lanterninha aqui mas procurem saber. Se liga! Porque

Persiste ainda hoje a utopia civilizatória da Europa. Após cinco séculos de colonização da América, os europeus - diretamente ou por meio das elites nacionais mediadoras,  atualmente secundadas pelas elites dos meios de comunicação – continuam  reproduzindo o discurso de enaltecimento de seus valor universalista como garantia da colonialidade do poder.(SODRÉ 2015: 38)

Depois da afirmação de Paulo Freire sobre educação e dessa explicação de Sodré sobre colonialidade do poder da pra entender, pensar, relacionar, perceber quem faz o currículo do ensino formal e pra que ele é feito?  Aí, é só ler mais um pouquinho(quanto mais melhor) e fundamentar as práticas. Se tiver atento/a, na atividade,  uma vez que a pessoa formada em pedagogia é cientista educacional, vai buscar cada vez mais para minimizar os vacilos e andar de acordo com uma educação que não fortaleça esse modelo de sociedade que estamos “assistindo” agora.  Ah ! Mas para a escola não ser excludente e ser decolonial ela precisa de pessoas que pensem(ou procurem pensar) e tenham ações de acordo. Certo? Certo!

Exemplo simples? Muitos educadores e educadoras e escolas por todos os lugares do mundo continuam dando folhinha, capas de provas e outros “trabalhinhos” quase que 100% para discentes pintarem um desenho pronto. Legal! Mas, já parou pra pensar que o mundo não está pronto? Que a sociedade está em constante mudança? Que pode e deve entregar uma folha branca, vazia? Tem uma galera querendo manter umas tradições e outras querendo caminhar e aprender com o novo (isso é papo de sociologia, sujeitos de identidades) e no meio disso tudo tem a escola. E é aí que a gente, o nosso corpo, a nossa fala, a nossa prática, nosso estudo, nosso embasamento entra. Exemplo vivo disso está aqui:

https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2019/09/eugenia-e-monteiro-lobato-literatura.html

Tem gente querendo manter a leitura de um famoso escritor sem repensar as práticas desse escritor. “Ah tu quer cancelar o M...” Não precisa cancelar. Faz a leitura crítica com a molecadinha! Mas, deixar ler  e deixar passar batido não dá! Clica aí no link pra se ligar no papo!

E outra! É dever da nossa profissão, repensar as paradas direcionadas pra educação!  Por isso, vídeos como o do link abaixo são necessários!

https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2020/09/xavierzin-em-independencia.html

Datas comemorativas!!! É tenso! Sempre tenso. Quase sempre homenagens, comemorações, muita festa... e reflexão sobre o tema da data?  Dia da independência, dia do índio, dia das mães, dia do... GENTE!!! Vai passando tudo batido sem reflexão nenhuma e com pinturas prontas? Calma! Se nós não começamos a fazer o debate das datas em sala de aula, dá pra começar agora! Sempre é tempo! Se sua próxima aula e depois que você ler esse texto, vai lá! Chama a molecadinha nas conversas! Pergunte, queira ouvir estudantes, saber o que pensam!

Durante muito tempo várias versões e visões muito parecidas de uma mesma história foram e continuam sendo contadas. Vamos aproveitar outras narrativas para repensar o processo? Ou vamos continuar fingindo que outras narrativas não existem? 

A escola, aquela do ensino formal, da educação que criou a pedagogia,  precisa ouvir e orientar, trocar ideias com sua comunidade escolar sobre os tempos atuais para decidir se a identidade do seu projeto Politico Pedagógico vai formar guerreiros ou burocratas? Pois,

A falta de escuta ou de acolhida à inquietação do estudante, assim como a falta de respeito à diversidade de saberes dispostos no horizonte do educando, é um obstáculo ao mesmo tempo técnico e ético ao advento da criatividade no interior do processo educacional. (SODRÉ. 2012: 152)

Então “tropa”, o chamado é para a criatividade docente, para a ética, o respeito. Se não fazemos, que tais praticas comecem agora! Se já fazemos, precisamos continuar!  Uma boa citação do grande escritor Lima Barreto  pra pensar tudo isso é “o Brasil não tem povo, tem público”.  Queremos ter/ser  povo ou público? Essa educação que temos na mão(temos?) é pra quem? E, pra terminar, a escola reflete na comunidade escolar ou a comunidade escolar reflete na escola?  Bora reinventar?!

 

Referências:

 

1.             SODRÉ, Muniz. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis, RJ. Vozes. 2012.

 

 #musicaeletramento

 

 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Xavierzin em: INDEPENDÊNCIA ?



Xavierzin dessa vez vai propor pra gente um questionamento importante. Baseado em vários cientistas sociais, historiadores, estudantes,  filósofos e pesquisadores do tema, o menino quer mostrar essa outra visão sobre a independência do país chamado Brasil, a formação da nacionalidade e o que é ou pode ser a identidade de brasileiro.

Se liga aí nas fontes e citações:

Começando pelo site https://teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-23012015-092503/pt-br.php   no qual  encontraremos  a dissertação de mestrado de Paulo de Vicentis.  O trabalho intitulado  Pintura histórica no Salão do Centenário da Independência do Brasil traz no resumo a questão de branqueamento e de uma predomínio da cultura europeia. Vejamos: 

O centenário da independência do Brasil, comemorado em 1922, mostrou-se uma oportunidade excepcional para as elites brasileiras exporem projetos de identidade nacional, de predominância europeia, no que diz respeito à cultura, o que inclui considerações racistas, e de manutenção da estrutura social, calcada no capitalismo liberal. O presente trabalho tem por objetivo investigar como tais projetos impactaram as exposições, congressos, e outros eventos comemorativos. A Exposição Internacional e os congressos de História do Brasil e Internacional de Americanistas mostraram um país inserido na economia mundial, buscando os fatos e os personagens fundadores da nacionalidade, interessado em se aproximar dos demais países do continente e que considerava a miscigenação uma aliada para promover o branqueamento da população. O estudo também se volta ao mecenato estatal, cuja intenção de adquirir quatro quadros de assunto histórico, relacionados aos acontecimentos de 1822, estimulou alguns artistas a retomar a produção de tal gênero de pintura, porém algo distanciados dos cânones acadêmicos e incorporando questões e discursos em pauta naquele momento histórico. O juri encarregado selecionou, para aquisição, as obras: Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque; Primeiros sons do Hino da Independência, de Augusto Bracet; Tiradentes, o precursor, de Pedro Bruno; Minha terra, de Hélios Seelinger. Os eventos retratados, apesar da presença de personagens históricos, abordaram o direito de voto à mulher; a revisão do período monárquico e da figura de Pedro I; a trajetória do país de 1500 a 1889, sob a perspectiva da miscigenação e do branqueamento; o papel do Estado, enquanto instância de repressão.

 

Quando o menino Xavierzin coloca “empresários” na sua história, mas especificamente refere-se aos empresários ruralistas historicamente  participaram do genocídio dos povos originários consoante afirma a dissertação de mestrado da Universidade de Goiás de Adenevaldo Teles Junior intitulada  O genocídio indígena contemporâneo no Brasil e o discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional(TELES JUNIOR. 2018). Vejamos um trecho:

 

Os colonizadores desconsideravam por completo as territorialidades indígenas, traçando e implementando políticas localizadas de demarcação pela ocupação e apossamento da terra e dos recursos naturais tidos como res nullius - coisa de ninguém - fundados no então vigente direito de conquista (DANTAS, 2011, p. 6). O sistema produtivo colonial também foi responsável pelo processo de assimilação cultural que marcou profundamente as populações colonizadas. Apesar da pluralidade de povos, línguas e culturas próprias, na medida em que houve a expansão da exploração territorial, o pensamento eurocêntrico se estendeu de forma hegemônica3 .

 

Dentre as questões de demarcação e genocídio também está exposto aí no mesmo trabalho o racismo e o epistemicídio. Pois, uma outra visão da história nacional consistindo numa organização do pensamento, da reflexão sobre a não romantização da história se faz necessário ao alcance de todos! Há várias defesas sobre esse papo! Vamos ampliando, atualizando aqui de acordo com as leituras!

 

 

Referências:

 

TELES JUNIOR, A. O genocídio indígena contemporâneo no Brasil e o discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional. 2018. 157 f. Dissertação (Mestrado em Direito Agrário) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

 

 

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Live com @awaeducadoras - M&L






 

No dia 28 de agosto fui convidado pela equipe @awaeducadoras (no Insta) para desenrolar um pouco sobre as práticas do processo/projeto Música & Letramento diante da escola(ambiente formal de educação). Penso ser muito importante essas trocas. Pois, são pessoas comprometidas com a intencionalidade de uma educação sem exclusão, antirracista.

Pra início de conversa  a educadora Camila da equipe Awaeducadoras se apresentou e apresentou a equipe do @awaeducadoras com as profissionais Caroline Sotero, Graziele e pediu que eu também fizesse minha breve apresentação. Escolhi  o texto Sobre o autor publicado no início do livro Música & Letramento – literatura afro-brasileira (Carvalho. 2018).

Na sequência o foco do desenrolo foi minha trajetória na música, meu  início do processo de alfabetização e letramento, diante da literatura, funk, educação. E a junção de música e educação no desenrolo de trabalho(no contexto profissional) no qual se sustenta a leitura e escrita de um inquieto funkeiro, pagodeiro, sambista, educador, escritor.

Seguimos no desenrolo(da live do insta) entre histórias de vida, teorias e práticas educativas sobre música negra, identidade, ancestralidade, circulação pela cidade e o compromisso de educadoras e educadores. Agradecendo muito a troca, a educadora Camila pelo papo e as educadoras Carol e Grazi da equipe @awaeducação e toda galera que chegou junto na live. Não viu? Assite aí ! Clica no link, na imagem !