Nos
dias de hoje pensar escola e comunidade escolar é importante pra
caramba para aumentar os jeitos de evitar vacilação na prática docente, na vida de educador/a. Pois, sendo (ou devendo
ser) a escola o lugar, o símbolo (semiótica) da educação formal, e a
comunidade escolar uma pequena amostra da sociedade, estamos na verdade falando de educação e sociedade. Ser educador/educadora e não pensar/estudar/pesquisar/refletir
e nem trazer para discentes o mínimo sobre essas ideias pode nos deixar cada vez
mais distantes de atitudes educativas comprometidas com uma não excludente, não preconceituosa, decolonial.
Mas,
pra continuar esse papo precisamos saber que a
escola é o lugar determinado do
sistema social onde se reconstitui o movimento de produção do conhecimento, mas
sempre como um efeito das relações de classe. A língua nacional ensinada na
escola não escapa ao jogo das diferenças de classes, na forma de conflitos
linguísticos (práticas contraditórias da linguagem), disfarçados pela suposta
uniformidade do idioma pátrio. (SODRÉ. 2012: 25)
Bora
pensar na ideia de escola aqui apresentada? Sodré tá colocando na nossa cara aí
a escola como reprodutora das desigualdades sociais. Em outros termos, seria
uma escola cheia das vacilações – isso se a gente pensar essa história de que
desigualdade social é herança de uma invasão aí que teve por aqui tem uns 500 e
poucos anos, mais ou menos. Vocês concordam com o professor Muniz Sodré? Caso
sim, é essa escola que vocês “querem
estar atuando” (seja como docente, tia/tio da cantina, merendeiras e merendeiros, auxiliares de
limpeza e serviços gerais, porteiro/a, discente, equipe de gestão, secretariado, responsáveis de educandos)?
Bom,
enquanto a gente pensa a definição de escola como reprodutora das desigualdades
sociais já vamos avançando no desenrolo pra entender legal a comunidade escolar. Galera, comunidade
escolar é noixxxx! Geral! Tipo, todos/as que foram citados/as entre parênteses no
parágrafo anterior, se ligô? Vou copiar e colar aqui:
(...)docente, tia/tio
da cantina, merendeiras e merendeiros, auxiliares de limpeza e serviços gerais,
porteiro/a, discente, equipe de gestão, secretariado,
responsáveis de educandos (texto do final do parágrafo anterior, se ligô? Rs!)
Desenrolado
aí o que é escola e comunidade escolar, bora seguir. Mas, não dá pra continuar
sem relembrar o que é educação e já
que a conversa é sobre escola também é preciso saber o que é ensino formal.
Sobre
educação Brandão(2013) vai dizer que a é a forma usada pelo ser humano “para
formar guerreiros ou burocratas”. E Paulo Freire já vê como
um jeito de interferir no mundo que tanto pode manter a ideologia dominante quanto
pode ser contra essa ideologia. Mas, para nós? O que é educação? Pensemos e vamos
seguindo. Já para ampliar um pouco mais basta dá uma chegada nesse link :
https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2020/01/pprt-educacao-pra-quem.htm
Adiantando
aqui, quem acessou o link entendeu que o conceito, a ideia de educação (escolar)
exposta por Brandão(2013) significa a
reprodução das aprendizagens sociais. Tipo assim: a educação tá no mundão e
quando começa a pensar espaços próprios surge a escola e a pedagogia. E, se tem
escola e pedagogia (ciência da educação), tem também ensino formal ou educação
formal.
Maneiro,
conceituamos escola, educação, pedagogia, ensino formal ...
Mas,
na prática o que fazer com essas informações?
Bora
lá gente! Vamô junto desenrolar agora o seguinte: Chegou a hora de tomarmos uma
decisão. O que fazer com tudo isso na prática depende de que decisão a gente vai
tomar. Num papo bem reto e breve, sem grandes “teorizações”, já deu pra se
ligar a educação serve para “formar guerreiros ou burocratas” e/ou para manter ou ir contra uma ideologia
dominante ou a favor da mesma. Aí alguém pode meter um “E daí?” Rs! Pode ! Pode sim! Mas, vamos mentalizar umas
coisas! Quem é guerreiro na sociedade de hoje e quem é burocrata? O que pode ser a ideologia dominante na
sociedade de hoje? Pensemos educadorxs!!!
Depois
de pensarmos bastante aqui, poderíamos, por exemplo, nos decidir por ter um
compromisso com ações educativas comprometidas, não preconceituosa, decolonial...
Nesse
pik! Vou jogar uma lanterninha aqui mas
procurem saber. Se liga! Porque
Persiste ainda hoje a utopia civilizatória da
Europa. Após cinco séculos de colonização da América, os europeus - diretamente
ou por meio das elites nacionais mediadoras, atualmente secundadas pelas elites dos meios
de comunicação – continuam reproduzindo
o discurso de enaltecimento de seus valor universalista como garantia da
colonialidade do poder.(SODRÉ 2015: 38)
Depois da afirmação de Paulo Freire sobre educação e dessa explicação
de Sodré sobre colonialidade do poder da pra entender, pensar, relacionar,
perceber quem faz o currículo do ensino formal e pra que ele é feito? Aí, é só ler mais um pouquinho(quanto mais
melhor) e fundamentar as práticas. Se tiver atento/a, na atividade, uma vez que a pessoa formada em pedagogia é
cientista educacional, vai buscar cada vez mais para minimizar os vacilos e
andar de acordo com uma educação que não fortaleça esse modelo de sociedade que
estamos “assistindo” agora. Ah ! Mas
para a escola não ser excludente e ser decolonial ela precisa de pessoas que
pensem(ou procurem pensar) e tenham ações de acordo. Certo? Certo!
Exemplo simples? Muitos educadores e educadoras e escolas por
todos os lugares do mundo continuam dando folhinha, capas de provas e outros “trabalhinhos”
quase que 100% para discentes pintarem um desenho pronto. Legal! Mas, já parou
pra pensar que o mundo não está pronto? Que a sociedade está em constante
mudança? Que pode e deve entregar uma folha branca, vazia? Tem uma galera
querendo manter umas tradições e outras querendo caminhar e aprender com o novo
(isso é papo de sociologia, sujeitos de identidades) e no meio disso tudo tem a
escola. E é aí que a gente, o nosso corpo, a nossa fala, a nossa prática, nosso
estudo, nosso embasamento entra. Exemplo vivo disso está aqui:
https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2019/09/eugenia-e-monteiro-lobato-literatura.html
Tem gente querendo manter a leitura de um famoso escritor sem
repensar as práticas desse escritor. “Ah tu quer cancelar o M...” Não precisa
cancelar. Faz a leitura crítica com a molecadinha! Mas, deixar ler e deixar passar batido não dá! Clica aí no
link pra se ligar no papo!
E outra! É dever da nossa profissão, repensar as paradas
direcionadas pra educação! Por isso,
vídeos como o do link abaixo são necessários!
https://carloscarvalhomel.blogspot.com/2020/09/xavierzin-em-independencia.html
Datas comemorativas!!! É tenso! Sempre tenso. Quase sempre homenagens,
comemorações, muita festa... e reflexão sobre o tema da data? Dia da independência,
dia do índio, dia das mães, dia do... GENTE!!! Vai passando tudo batido sem
reflexão nenhuma e com pinturas prontas? Calma! Se nós não começamos a fazer o
debate das datas em sala de aula, dá pra começar agora! Sempre é tempo! Se sua
próxima aula e depois que você ler esse texto, vai lá! Chama a molecadinha nas
conversas! Pergunte, queira ouvir estudantes, saber o que pensam!
Durante muito tempo várias versões e visões muito parecidas de uma
mesma história foram e continuam sendo contadas. Vamos aproveitar outras
narrativas para repensar o processo? Ou vamos continuar fingindo que outras narrativas não existem?
A escola, aquela do ensino formal, da educação que criou a
pedagogia, precisa ouvir e orientar,
trocar ideias com sua comunidade escolar sobre os tempos atuais para decidir se
a identidade do seu projeto Politico Pedagógico vai formar guerreiros ou
burocratas? Pois,
A falta de
escuta ou de acolhida à inquietação do estudante, assim como a falta de respeito
à diversidade de saberes dispostos no horizonte do educando, é um obstáculo ao
mesmo tempo técnico e ético ao advento da criatividade no interior do processo
educacional. (SODRÉ. 2012: 152)
Então “tropa”, o chamado é para a criatividade docente, para a
ética, o respeito. Se não fazemos, que tais praticas comecem agora! Se já
fazemos, precisamos continuar! Uma boa
citação do grande escritor Lima Barreto pra pensar tudo isso é “o Brasil não tem povo,
tem público”. Queremos ter/ser povo ou público? Essa educação que temos na
mão(temos?) é pra quem? E, pra terminar, a escola reflete na comunidade escolar ou
a comunidade escolar reflete na escola? Bora reinventar?!
Referências:
1.
SODRÉ, Muniz. Reinventando
a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis, RJ. Vozes.
2012.
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