terça-feira, 8 de setembro de 2020

Xavierzin em: INDEPENDÊNCIA ?



Xavierzin dessa vez vai propor pra gente um questionamento importante. Baseado em vários cientistas sociais, historiadores, estudantes,  filósofos e pesquisadores do tema, o menino quer mostrar essa outra visão sobre a independência do país chamado Brasil, a formação da nacionalidade e o que é ou pode ser a identidade de brasileiro.

Se liga aí nas fontes e citações:

Começando pelo site https://teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-23012015-092503/pt-br.php   no qual  encontraremos  a dissertação de mestrado de Paulo de Vicentis.  O trabalho intitulado  Pintura histórica no Salão do Centenário da Independência do Brasil traz no resumo a questão de branqueamento e de uma predomínio da cultura europeia. Vejamos: 

O centenário da independência do Brasil, comemorado em 1922, mostrou-se uma oportunidade excepcional para as elites brasileiras exporem projetos de identidade nacional, de predominância europeia, no que diz respeito à cultura, o que inclui considerações racistas, e de manutenção da estrutura social, calcada no capitalismo liberal. O presente trabalho tem por objetivo investigar como tais projetos impactaram as exposições, congressos, e outros eventos comemorativos. A Exposição Internacional e os congressos de História do Brasil e Internacional de Americanistas mostraram um país inserido na economia mundial, buscando os fatos e os personagens fundadores da nacionalidade, interessado em se aproximar dos demais países do continente e que considerava a miscigenação uma aliada para promover o branqueamento da população. O estudo também se volta ao mecenato estatal, cuja intenção de adquirir quatro quadros de assunto histórico, relacionados aos acontecimentos de 1822, estimulou alguns artistas a retomar a produção de tal gênero de pintura, porém algo distanciados dos cânones acadêmicos e incorporando questões e discursos em pauta naquele momento histórico. O juri encarregado selecionou, para aquisição, as obras: Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque; Primeiros sons do Hino da Independência, de Augusto Bracet; Tiradentes, o precursor, de Pedro Bruno; Minha terra, de Hélios Seelinger. Os eventos retratados, apesar da presença de personagens históricos, abordaram o direito de voto à mulher; a revisão do período monárquico e da figura de Pedro I; a trajetória do país de 1500 a 1889, sob a perspectiva da miscigenação e do branqueamento; o papel do Estado, enquanto instância de repressão.

 

Quando o menino Xavierzin coloca “empresários” na sua história, mas especificamente refere-se aos empresários ruralistas historicamente  participaram do genocídio dos povos originários consoante afirma a dissertação de mestrado da Universidade de Goiás de Adenevaldo Teles Junior intitulada  O genocídio indígena contemporâneo no Brasil e o discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional(TELES JUNIOR. 2018). Vejamos um trecho:

 

Os colonizadores desconsideravam por completo as territorialidades indígenas, traçando e implementando políticas localizadas de demarcação pela ocupação e apossamento da terra e dos recursos naturais tidos como res nullius - coisa de ninguém - fundados no então vigente direito de conquista (DANTAS, 2011, p. 6). O sistema produtivo colonial também foi responsável pelo processo de assimilação cultural que marcou profundamente as populações colonizadas. Apesar da pluralidade de povos, línguas e culturas próprias, na medida em que houve a expansão da exploração territorial, o pensamento eurocêntrico se estendeu de forma hegemônica3 .

 

Dentre as questões de demarcação e genocídio também está exposto aí no mesmo trabalho o racismo e o epistemicídio. Pois, uma outra visão da história nacional consistindo numa organização do pensamento, da reflexão sobre a não romantização da história se faz necessário ao alcance de todos! Há várias defesas sobre esse papo! Vamos ampliando, atualizando aqui de acordo com as leituras!

 

 

Referências:

 

TELES JUNIOR, A. O genocídio indígena contemporâneo no Brasil e o discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional. 2018. 157 f. Dissertação (Mestrado em Direito Agrário) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

 

 

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