Xavierzin
dessa vez vai propor pra gente um questionamento importante. Baseado em vários
cientistas sociais, historiadores, estudantes, filósofos e pesquisadores do tema, o menino
quer mostrar essa outra visão sobre a independência do país chamado Brasil, a
formação da nacionalidade e o que é ou pode ser a identidade de brasileiro.
Se liga aí nas fontes e citações:
Começando
pelo site https://teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-23012015-092503/pt-br.php no qual
encontraremos a dissertação de
mestrado de Paulo de Vicentis. O trabalho
intitulado Pintura histórica no Salão do
Centenário da Independência do Brasil traz no resumo a questão de branqueamento
e de uma predomínio da cultura europeia. Vejamos:
O centenário da independência do Brasil,
comemorado em 1922, mostrou-se uma oportunidade excepcional para as elites
brasileiras exporem projetos de identidade nacional, de predominância europeia,
no que diz respeito à cultura, o que inclui considerações racistas, e de
manutenção da estrutura social, calcada no capitalismo liberal. O presente
trabalho tem por objetivo investigar como tais projetos impactaram as
exposições, congressos, e outros eventos comemorativos. A Exposição
Internacional e os congressos de História do Brasil e Internacional de
Americanistas mostraram um país inserido na economia mundial, buscando os fatos
e os personagens fundadores da nacionalidade, interessado em se aproximar dos
demais países do continente e que considerava a miscigenação uma aliada para
promover o branqueamento da população. O estudo também se volta ao mecenato
estatal, cuja intenção de adquirir quatro quadros de assunto histórico,
relacionados aos acontecimentos de 1822, estimulou alguns artistas a retomar a
produção de tal gênero de pintura, porém algo distanciados dos cânones
acadêmicos e incorporando questões e discursos em pauta naquele momento
histórico. O juri encarregado selecionou, para aquisição, as obras: Sessão do
Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque; Primeiros sons do Hino da
Independência, de Augusto Bracet; Tiradentes, o precursor, de Pedro Bruno;
Minha terra, de Hélios Seelinger. Os eventos retratados, apesar da presença de
personagens históricos, abordaram o direito de voto à mulher; a revisão do
período monárquico e da figura de Pedro I; a trajetória do país de 1500 a 1889,
sob a perspectiva da miscigenação e do branqueamento; o papel do Estado,
enquanto instância de repressão.
Quando o menino
Xavierzin coloca “empresários” na sua história, mas especificamente refere-se
aos empresários ruralistas historicamente participaram do genocídio dos povos originários
consoante afirma a dissertação de mestrado da Universidade de Goiás de Adenevaldo
Teles Junior intitulada O genocídio indígena
contemporâneo no Brasil e o discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional(TELES
JUNIOR. 2018). Vejamos um trecho:
Os
colonizadores desconsideravam por completo as territorialidades indígenas,
traçando e implementando políticas localizadas de demarcação pela ocupação e
apossamento da terra e dos recursos naturais tidos como res nullius - coisa de
ninguém - fundados no então vigente direito de conquista (DANTAS, 2011, p. 6).
O sistema produtivo colonial também foi responsável pelo processo de
assimilação cultural que marcou profundamente as populações colonizadas. Apesar
da pluralidade de povos, línguas e culturas próprias, na medida em que houve a
expansão da exploração territorial, o pensamento eurocêntrico se estendeu de
forma hegemônica3 .
Dentre as questões de
demarcação e genocídio também está exposto aí no mesmo trabalho o racismo e o
epistemicídio. Pois, uma outra visão da história nacional consistindo numa
organização do pensamento, da reflexão sobre a não romantização da história se
faz necessário ao alcance de todos! Há várias defesas sobre esse papo! Vamos
ampliando, atualizando aqui de acordo com as leituras!
Referências:
TELES JUNIOR, A. O genocídio indígena contemporâneo no Brasil e o
discurso da bancada ruralista no Congresso Nacional. 2018. 157 f. Dissertação
(Mestrado em Direito Agrário) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.
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