segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O Centenário do Samba e o Racismo no Rio de Janeiro




No mês de novembro de 2016, na Escola Municipal Mendes Viana, no bairro de Colégio, aconteceu  a Oficina "100 Anos de Samba e Racismo no Rio de Janeiro". O trabalho é mais uma possibilidade do projeto Música & Letramento. O chamado veio do amigo e sobrinho, Gabriel Oliveira que fez o convite para que eu pudesse auxiliar na atividade da escola onde na turma da professora Simone.

O desenvolvimento do trabalho começa com uma linha do tempo que tem algumas datas de acontecimentos e a Roda de Conversa sobre os fatos. A partir daí, a cada data e fato vamos conversando e fazendo comparações com os dias atuais. Além disso, cada instrumento musical apresentado carrega também uma história.

  •        1549 até 1888 aproximadamente – Chegada do Candomblé no Brasil. Religião de origem africana que foi sendo adaptada nas senzalas brasileiras;
  •        1770: A mais antiga referência da Capoeira ;
  •        1821: Decisão governamental de 5 de novembro, determinando providências que deveriam ser tomadas contra os negros capoeiras na cidade do Rio de Janeiro;
  •       1860 - Surgiu entre os escravizados na Bahia e logo desembarcou também no Rio de Janeiro O samba-de-roda;
  •        1871 - Lei do Ventre Livre;
  •      1876 – Chegada de Tia Ciata (fantasias de baiana)ao Rio de Janeiro. Assim como outras baianas da época vindo da Bahia por perseguição policial ao culto do Candomblé;
  •      1885 - Lei dos Sexagenários deu direito à liberdade aos escravos com mais de sessenta anos;
  •        1888 – Lei Aurea -  Dando-os direito de ir embora das fazendas em que trabalhavam ou de continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos;
  •        1916– Pelo Telefone – Primeiro registro de uma obra de Gênero samba – Donga – composta no terreiro de tia Ciata –Região da Praça Onze – Centro do Rio;
  •        1920 – Mesmo depois de já ter obra registrada como samba,  quem fosse pego dançando ou cantando samba corria um grande risco de ir batucar atrás das grades;
  •        1928- Esmael Silva e a Deixa Falar (fundada como bloco);
  •        Década de 70 surge o grupo Fundo de Quintal.


Para esse trabalho é usado também trechos de sambas que ajudam a cantar essa história. Sambas como "Agoniza Mais não Morre" de Nelson Sargento, "A Voz do Morro" de Zé Ketti,  "Ao Som do Tambor", além de composições próprias.




  
     Não posso deixar de falar das referências bibliográficas desse trabalho. Pois, através de “ O menino coração de tambor” de Nilma Lino Gomes, onde o menino da história que tocava vários instrumentos, já anunciava desde a barriga da mãe que a música faria parte da sua vida, que faço um paralelo citando que no meu caso, por exemplo, a prática com os instrumentos musicais só tiveram início a partir dos 19 anos.




Já quando faço referencia ao “Desvendando a Bateria da escola de samba” de Marcio Coelho e Ana Favaretto, é o momento em que mostro na prática como se toca alguns dos instrumentos que aparecem no livro.



A parte do racismo, do preconceito sofrido por moradores de periferias da cidade, por sambistas do Rio de Janeiro e também pelo funk e pelos funkeiros nesse município,  trago no desenrolar de minhas vivências e nos contextos históricos do “Dicionário da História Social do Samba” de Nei Lopes e Luiz Antônio Simas.

Obrigado professora Simone e seus estudantes da Escola Municipal Mendes Viana  pela tarde boa de som e bate-papo!!!

Seguiremos na luta contra todo tipo de preconceito!!! 

Esta e outras oficinas podem acontecer no seu ambiente escolar!!!

Entre em contato com : musicaeletramento@gmail.com  ou pelo zap 21 9972219623   


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