Estudando um pouco o banjo,
podemos dizer que é um instrumento que está presente nas rodas de samba de todo
o país. Conhecido por aqui como um
instrumento de quatro cordas de corpo redondo, ele é feito com madeira, ferro e couro de animal.
Mas, vamos pensar um pouco também em de
onde ele surge, como é tocado e porque se popularizou nas rodas de samba.
Primeiro vale o destaque de que
isto é o inicio do início de uma conversa sobre o banjo e seu universo na cidade Rio de Janeiro. Porém, é preciso pensar em
como nasce esse instrumento, de onde ele vem. Então, sabendo que o continente
africano é o berço da humanidade, que tudo e/ou quase tudo vem de lá, procurei o irmão Fabio Mukanya (https://www.facebook.com/fabiosimoes.soares)
do projeto África Sonora (busquem essa página nas redes sociais) pra me passar
a visão do ancestral do banjo. Fábio é Músico, escritor, pesquisador e luthier, faz vários instrumentos de diferentes
lugares, países do continente Mãe.
Entre outras coisas, Fábio me
falou que faz o Akoting/Ekoting. Estamos desenrolando sobre um cordofone feito de cabaça e couro com três
cordas e não temperado (não tem casas que dividem/definem notas no braço do instrumento). Não há datas
certas sobre a idade do Akoting. Mas, certamente trata-se de um instrumento
muito antigo que seria um dos ancestrais do banjo afro-americano.
E falando em música afro no
território dos E.U.A., o banjo(ainda não com esse nome) chegou por lá através de vários instrumentos
africanos(ente eles o Akoting)e aos poucos foi se modificando e popularizando. Participando
inclusive da criação de gêneros e culturas musicais negras como o Jazz, o banjo
se afirmava como um instrumento de referência e origem negra. Mas, sofreu
também seu processo de embranquecimento, assim como acontece com alguns ritmos
e instrumentos negros nessa “pátria amada hostil”.
Filosoficamente falando(rs!), pra existir (existência) banjeiro é preciso
ter o banjo(matéria) e os conhecimentos(ideias, razão, informações) técnicos
específicos do instrumento que o músico vai executar no ato em que estiver em
contato com o banjo, existindo como banjeiro!
Mas, antes de tocar o banjo, quem
faz banjo no Rio de Janeiro? Bom a dica que deixo aqui é : procurem o músico e
luthier Marcio Vanderlei nas redes sociais(https://www.facebook.com/Marcio-Vanderlei-395817050498931
). Márcio além de ser uma grande referência na arte de tocar o banjo, também
faz o instrumento. E nada melhor do que quem toca muito pra saber fazer o banjo
da melhor forma possível.
Falando em músicos, quem são
aqueles responsáveis por criar e popularizar o banjo carioca nas rodas de
samba?
Bom, no documentário “Mussum um
filme do Cacildis” de 2019, Augusto
Gomes(filho de Mussum), fala que seu pai ao ver um dos grupos musicais do festival
de música na França com um banjo do tipo afro-americano teve a ideia de pensar
aquele instrumento sendo usado nas rodas de samba. Então, “ele comprou o banjo chegou pro Almir Guineto e falou Almir toma aqui,
toca isso aqui, e eu lembro que ele botou isso em um dos LPs dos Originais e daí
o banjo entrou no samba”.
Assim, o banjo chegaria aqui em território brasileiro e
ganharia o braço de cavaquinho e a forma de tocar diferenciada através das ideias
de Mussum e Almir Guineto. Seriam esses os responsáveis pela adaptação do corpo de
banjo afro-americano para a “criação do banjo” para o samba! Há quem diga que o banjo já havia sido tocado antes por aqui. Mas, fato é que o Instrumento que passou rapidamente a ser considerado também um instrumento de percussão, pela importância da batida diferenciada, com seu som de maior alcance do que o cavaquinho quando tocados acusticamente sem amplificação, ganhou destaque nas rodas de samba pelo timbre grave e pelo não quebrar das cordas com a mesma facilidade que as do cavaquinho, além das formas de tocar dos músicos.
Por tudo isso, no processo Música
& Letramento o banjo é um dos instrumentos principais. Pois, ele é melodia,
harmonia e ritmos, instrumento símbolo de resistência da música negra, africana
tanto na terra mãe quanto nas diásporas. Tanto que nas bandas de cá,
principalmente através da cena musical do samba e pagode do Rio de Janeiro o banjo
se espalhou.
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